Palavras soltas



Escrevo-te assim, com a mão na terra outra no ar, sem calafrios, onde as folhas de outono se deitam ao lado da minha louca caligrafia. Vou desenhando riscos, traços, palavras, como quem não tem sede ou fome, que os ramos são altos e os rostos estão abaixo da linha onde antigamente mergulhava.
Se houvesse outro se, teria uma porta sem casa, sem janelas, teria somente um telhado para me tapar do sol a arder. a cama seria de baloiço. Poderia assim sentir que todas as estrelas andariam a bailar, e que os peixes viriam ouvir o meu cantar.
Mas eu que nem sequer tenho casa, onde vou guardar a minha solidão?

Eduarda

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