A ti Alberto ..cavalga na praia nua a minha dor. Não tenhas medo. Peço-te para o fazeres em nome da nossa amizade. Podes enrola -la na minha pele seca, pendurada em estacas. Lá ao fundo. Consegues ver? Sim essa! Tens medo? Não tenhas e nem penses chorar. Essa foi a minha parte que ninguém viu. Nem tu amigo! Não digas nada sobre isto. Não ias alterar nada, porque simplesmente nada viste, nada sentiste, porque eu não quis Agora, com o corpo já incompleto, com os restos de quem sou e o nada do que fui , só te peço amigo : arrasta bem forte a minha dor, bate-a com força nas arestas das rochas, deixa que as vagas lhe batam. Depois... deixa que o mar me leve. Eduarda Mendes